Por G&A Advogados em 05 de Dezembro de 2025
Troca de função sem aumento salarial: entenda seus direitos e como se proteger

 

A troca de função sem aumento salarial é uma das situações que mais geram dúvidas entre trabalhadores brasileiros. Em um mercado de trabalho cada vez mais exigente, é comum que empregados sejam convidados, ou até pressionados, a assumir novas tarefas, muitas vezes mais complexas, sem qualquer reajuste financeiro. O que muitos não sabem é que esse tipo de prática pode violar direitos garantidos pela legislação trabalhista.

Se você passou por essa situação ou conhece alguém que está enfrentando essa mudança injusta, entender seus direitos é essencial para decidir os próximos passos.

O que significa troca de função sem aumento?

A troca de função sem aumento ocorre quando o trabalhador começa a desempenhar atividades diferentes daquelas para as quais foi contratado, sem receber nenhum acréscimo no salário. Isso pode acontecer de duas formas:

1. Desvio de função

Ocorre quando o empregado passa a exercer outra função, geralmente mais qualificada, técnica ou com maior responsabilidade, sem ter sua remuneração ajustada.

Exemplo: caixa de supermercado que passa a atuar como fiscal de loja, mas continua recebendo o salário de caixa.

2. Acúmulo de função

Acontece quando o trabalhador mantém suas atividades originais, mas acumula novas tarefas, sem qualquer compensação financeira.

Exemplo: recepcionista que também assume atividades administrativas, atendimento telefônico e controle de agenda.

Em ambas as situações, há impacto direto no dia a dia do trabalhador, como aumento de responsabilidade, carga horária implícita e maior pressão emocional.

O que a lei diz sobre isso?

A legislação trabalhista não define valores específicos para essas situações, mas protege o trabalhador por meio de entendimentos já consolidados na Justiça do Trabalho. Quando comprovados o desvio ou acúmulo de função, o empregado pode ter direito a:

  • Diferenças salariais proporcionais à nova função;
  • Reflexos em férias, 13º, FGTS e outras verbas;
  • Indenização por danos morais, caso a troca de função gere constrangimento ou tratamento abusivo;
  • Reconhecimento formal da nova função em carteira.

Além disso, impor mudanças sem diálogo pode caracterizar assédio moral, especialmente quando há pressão, ameaças veladas ou cobranças excessivas.

A troca de função pode ser obrigatória?

Depende. A empresa pode solicitar pequenas adaptações ou tarefas pontuais, desde que isso não descaracterize a função principal. No entanto, não pode:

  • Mudar completamente a natureza do trabalho;
  • Exigir atividades mais complexas sem ajuste salarial;
  • Impor acúmulo constante de tarefas que não pertencem à função original;
  • Usar a mudança como forma de punição ou pressão psicológica.

Sempre que houver alteração significativa nas atividades, é seu direito questionar, pedir esclarecimentos e exigir que as condições de trabalho sejam respeitadas.

Quais sinais indicam que há desvio de função?

Se você está em dúvida, observe algumas situações comuns:

  • Você faz tarefas que normalmente são atribuídas a cargos superiores.
  • Colegas que exercem as mesmas atividades recebem mais.
  • A mudança ocorreu sem treinamento ou atualização contratual.
  • A carga de responsabilidade aumentou sem aumento salarial.
  • Sua função original foi deixada de lado para assumir outra.

Se qualquer uma dessas situações estiver acontecendo de forma contínua, é importante registrar evidências.

Como reunir provas?

Para buscar uma reparação judicial, o ideal é reunir documentos e informações que confirmem a mudança de função. Isso inclui:

  • E-mails ou mensagens com ordens de novas tarefas;
  • Descrições de cargo da empresa;
  • Comprovantes de atividades exercidas;
  • Testemunhas (colegas, supervisores, clientes);
  • Avaliações de desempenho que mencionam novas funções.

Quanto mais clara for a mudança, mais fácil se torna comprovar o direito às diferenças salariais.

Quais direitos posso reivindicar na Justiça do Trabalho?

Caso a negociação com a empresa não funcione, você pode buscar:

  • Pagamento das diferenças salariais referentes ao período em que as novas atividades foram realizadas;
  • Recolhimento correto de encargos trabalhistas (FGTS, INSS etc.);
  • Indenização por danos morais, dependendo do impacto emocional ou da forma como a mudança foi imposta.

A reparação judicial pode ser solicitada mesmo que você ainda esteja trabalhando na empresa ou após a rescisão do contrato.

Quando procurar um advogado trabalhista?

Se a mudança de função causou prejuízos financeiros, sobrecarga ou sensação de injustiça, procurar orientação jurídica é essencial. Um advogado especializado em direito trabalhista pode analisar seu caso, orientar sobre seus direitos e indicar o caminho mais seguro para buscar uma solução, seja por meio de diálogo, acordo ou ação judicial.

Na G&A Advogados, nosso compromisso é oferecer atendimento empático, individualizado e transparente, garantindo que cada trabalhador compreenda seus direitos e encontre o suporte necessário para agir com segurança.


 

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