Por G&A Advogados em 24 de Junho de 2025
Saúde Mental no trabalho: Por que sua empresa precisa combater ambientes tóxicos agora!

 Nos últimos anos, a atenção à saúde mental no ambiente corporativo deixou de ser apenas uma pauta social para se tornar uma exigência legal, estratégica e humana. À medida que os casos de burnout, ansiedade e depressão crescem entre profissionais de todas as áreas, cresce também a pressão sobre líderes e gestores para adotarem práticas de gestão mais saudáveis e sustentáveis. 

 

  Neste artigo, você vai entender como as empresas podem, e devem, agir, o que diz a legislação brasileira e por que ambientes tóxicos são um risco real à produtividade e à reputação.

Ambientes tóxicos: o que são e por que devem ser eliminados.

  Ambientes de trabalho considerados tóxicos são aqueles em que há condutas ou estruturas organizacionais que comprometem a saúde mental do trabalhador. Situações recorrentes como assédio moral, cobranças desproporcionais, jornadas exaustivas, ausência de reconhecimento e falhas na liderança são exemplos clássicos.

  Sob o ponto de vista jurídico, manter esse tipo de ambiente pode configurar violação de direitos fundamentais, ensejando pedidos de indenização por danos morais, ações civis públicas por violação à dignidade do trabalhador e sanções administrativas por descumprimento das normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho.

Sua empresa está seguindo as regras?

 A atenção à saúde mental no trabalho é respaldada por leis e normas que exigem ações concretas por parte das empresas.

  A Constituição Federal (art. 7º, inciso XXII) garante ao trabalhador a redução dos riscos ocupacionais, incluindo os riscos emocionais e psicológicos.

Duas Normas Regulamentadoras são fundamentais nesse contexto:

  • NR-1 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais): obriga as empresas a identificarem e controlarem todos os riscos à saúde dos colaboradores, inclusive os psicossociais, como estresse, assédio e pressão excessiva. Isso deve ser feito por meio do PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos.
     
  • NR-17 (Ergonomia): exige que o trabalho se adapte às características físicas e mentais do trabalhador. Isso inclui pausas adequadas, carga de trabalho equilibrada e um ambiente psicologicamente seguro.
     

  Além disso, a Lei nº 14.457/2022, que criou o Programa Emprega + Mulheres e Jovens, reforça a importância de políticas internas que promovam bem-estar emocional no ambiente de trabalho.


  Empresas que ignoram essas normas podem enfrentar autuações, processos trabalhistas e danos à imagem da marca.

Saúde Mental é pilar estratégico.

 Empresas que negligenciam a saúde mental de seus colaboradores estão sujeitas a múltiplos riscos. Entre os principais, destacam-se:

  • Indenizações por danos morais e materiais em ações individuais;
  • Ações civis públicas movidas pelo Ministério Público do Trabalho;
  • Autuações fiscais e sanções administrativas por descumprimento das normas regulamentadoras;
  • Reputação institucional comprometida, com impactos em processos de ESG, atração de talentos e imagem da marca empregadora.
     

  A atuação preventiva e estratégica é o caminho mais seguro e eficaz. Isso envolve auditorias jurídicas internas, revisão de políticas de RH, treinamentos de lideranças e implementação de canais seguros de denúncia e escuta ativa.

O papel da liderança na prevenção de ambientes tóxicos.

  Mais do que uma tendência, a gestão humanizada é uma resposta concreta às exigências legais e sociais do mundo do trabalho contemporâneo. Isso passa por uma liderança empática, pela valorização do diálogo, pela transparência na comunicação e pelo reconhecimento do trabalhador como sujeito de direitos.

  Empresas que incorporam essa abordagem não apenas reduzem sua exposição jurídica, como também colhem ganhos em engajamento, produtividade e longevidade institucional.

Conclusão


  A saúde mental no ambiente corporativo é uma pauta que não pode mais ser ignorada, nem pela perspectiva humana, nem pela perspectiva jurídica. O dever de cuidado do empregador está cada vez mais ampliado, e as normas legais já impõem condutas objetivas de prevenção, monitoramento e intervenção.

  Nesse contexto, o papel da assessoria jurídica empresarial é fundamental: seja na construção de programas de compliance trabalhista voltados à saúde mental, seja na orientação de lideranças, seja na mitigação de riscos já identificados.

 
  Promover um ambiente saudável é, hoje, não apenas um diferencial competitivo, mas uma exigência legal e estratégica para empresas que desejam crescer com responsabilidade.

Comentários (0)
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Nenhum comentário. Seja o(a) primeiro(a) a comentar!